2015: O ano que não terminou

Alexandre Dumas Sant’Ana Pedra – Diretor do Sinpojufes Representante da Justiça do Trabalho e Técnico Judiciário

O movimento pela derrubada do veto presidencial ao projeto de lei que recuperava parte das perdas salariais marcou o ano de 2015 na história de lutas dos servidores do Poder Judiciário da União. Quem o vivenciou pôde testemunhar uma interação sem igual dos colegas da ativa e aposentados, da capital e do interior, de todos os cargos, setores e ramos. A base da categoria tomou a iniciativa e teve o apoio das direções dos Sindicatos e das Associações de servidores do PJU, como aqui no Espírito Santo.

Aquela mobilização, sob a denominação de greve, não se restringiu a uma paralisação do trabalho (até porque teria sido imobilização). Assembleias, piquetes, viagens a Brasília, abordagens a parlamentares, reuniões com a Administração e com entidades de magistrados e de advogados e outros tipos de ações requereram a participação de grande contingente de colegas abnegados. Estes sacrificaram o convívio com a família, o trabalho e os compromissos pessoais, além de correrem riscos de toda sorte.

Foram meses de luta. Informações e esclarecimentos fartos romperam o universo do Judiciário e do Legislativo e atingiu a sociedade, que contou com ampla cobertura jornalística (ainda que distorcida).Os parlamentares federais ainda não esqueceram a massa de servidores do Judiciário Federal e suas vuvuzelas ao redor do Congresso Nacional e a pressão nos seus Estados. Grande parte dos parlamentares, bem como da sociedade, pareciam confundir o Judiciário com os juízes, como se nós, servidores, não existíssemos. Por nosso lado, não conhecíamos a própria identidade, a própria quantidade, as entidades representativas… O ano de 2015 abriu as portas para a categoria se conhecer melhor, conhecer os parlamentares de seus Estados, entender melhor os processos político e legislativo, conhecer melhor o PJU. Vimo-nos como categoria organizada, não como membros do quadro de pessoal de uma Organização.

Ao fim o ES conseguiu apoio e voto à derrubada do veto dos seus deputados federais presentes à famosa sessão, à exceção dos dois do partido do governo. O veto teria sido derrubado caso os colegas de todos os Estados tivessem também a missão exitosa.

Nossa categoria, através das Justiças Eleitoral, Federal e Trabalhista está espalhada por todo o território nacional. E isso representa uma força estratégica.Podemos não ter atingido nosso principal intento com o Movimento de 2015, mas não nos sucumbimos à tentação de lobistas, à ameaça de corte de ponto ou ao projeto de lei alternativo apresentado (“PL do Leitinho”).

Mantivemos a coerência. Diga-se de passagem, quem mais se aproveitou do PL vetado foram os servidores não-efetivos do PJU,que tiveram aumento na remuneração de seus cargos comissionados com a aprovação do “PL alternativo” e sem precisar mexer um dedo em prol do Movimento.

Poderíamos ter saído mais fortalecidos. Encerrar uma greve é mais difícil que deflagrá-la. O retorno de colegas ao trabalho antes do seu encerramento oficial enquanto outros resistiam até o último momento, bem como a não espera pela negociação da categoria com a Administração acerca do retorno e das horas não trabalhadas,deu a sensação de abandono de soldados por seus companheiros no campo de batalha. Antes, todos juntos; depois, cada um por si?

Uma consequência direta do Movimento foi uma assembleia bem participativa aqui no ES para a escolha de nossos representantes, entre vários inscritos, ao Congrejufe (para eleição de nova diretoria da nossa Federação e para indicação dos rumos das lutas para os anos seguintes). Outra consequência foi a convergência para a uma chapa que chegou à direção do Sinpojufes.

Após quase três anos,a categoria deve estar preparada para as lutas tal como um exército deve estar pronto para a guerra, sem desperdício de tempo e de energias para ser formado a todo o momento que a situação requerer. É preciso participar das ações e acompanhar os acontecimentos para não dar um tiro contra os próprios interesses da categoria como num ato de voluntarismo:um passo em falso pode prejudicar toda a coletividade.

Cabe a nós continuarmos criando ambiente favorável para desenvolver nossas ações e aprendermos com os erros. Temos que pensar e agir coletivamente, estrategicamente. A força vem da coesão, legitimidade e da seriedade, com respeito às decisões das instâncias da categoria e com lealdade.

 


Este é um espaço dedicado à publicação de artigos de autoria dos Diretores do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário Federal no Estado do Espírito Santo (Sinpojufes). O conteúdo aqui veiculado representa a opinião exclusiva do seu autor e não necessariamente condiz com os ideais do Sinpojufes, tão pouco do coletivo da Diretoria Executiva do sindicato.


 

Alexandre Dumas Sant’Ana Pedra - Diretor do Sinpojufes Representante da Justiça do Trabalho e Técnico Judiciário

O movimento pela derrubada do veto presidencial ao projeto de lei que recuperava parte das perdas salariais marcou o ano de 2015 na história de lutas dos servidores do Poder Judiciário da União. Quem o vivenciou pôde testemunhar uma interação sem igual dos colegas da ativa e aposentados, da capital e do interior, de todos os cargos, setores e ramos. A base da categoria tomou a iniciativa e teve o apoio das direções dos Sindicatos e das Associações de servidores do PJU, como aqui no Espírito Santo.

Aquela mobilização, sob a denominação de greve, não se restringiu a uma paralisação do trabalho (até porque teria sido imobilização). Assembleias, piquetes, viagens a Brasília, abordagens a parlamentares, reuniões com a Administração e com entidades de magistrados e de advogados e outros tipos de ações requereram a participação de grande contingente de colegas abnegados. Estes sacrificaram o convívio com a família, o trabalho e os compromissos pessoais, além de correrem riscos de toda sorte.

Foram meses de luta. Informações e esclarecimentos fartos romperam o universo do Judiciário e do Legislativo e atingiu a sociedade, que contou com ampla cobertura jornalística (ainda que distorcida).Os parlamentares federais ainda não esqueceram a massa de servidores do Judiciário Federal e suas vuvuzelas ao redor do Congresso Nacional e a pressão nos seus Estados. Grande parte dos parlamentares, bem como da sociedade, pareciam confundir o Judiciário com os juízes, como se nós, servidores, não existíssemos. Por nosso lado, não conhecíamos a própria identidade, a própria quantidade, as entidades representativas... O ano de 2015 abriu as portas para a categoria se conhecer melhor, conhecer os parlamentares de seus Estados, entender melhor os processos político e legislativo, conhecer melhor o PJU. Vimo-nos como categoria organizada, não como membros do quadro de pessoal de uma Organização.

Ao fim o ES conseguiu apoio e voto à derrubada do veto dos seus deputados federais presentes à famosa sessão, à exceção dos dois do partido do governo. O veto teria sido derrubado caso os colegas de todos os Estados tivessem também a missão exitosa.

Nossa categoria, através das Justiças Eleitoral, Federal e Trabalhista está espalhada por todo o território nacional. E isso representa uma força estratégica.Podemos não ter atingido nosso principal intento com o Movimento de 2015, mas não nos sucumbimos à tentação de lobistas, à ameaça de corte de ponto ou ao projeto de lei alternativo apresentado (“PL do Leitinho”).

Mantivemos a coerência. Diga-se de passagem, quem mais se aproveitou do PL vetado foram os servidores não-efetivos do PJU,que tiveram aumento na remuneração de seus cargos comissionados com a aprovação do “PL alternativo” e sem precisar mexer um dedo em prol do Movimento.

Poderíamos ter saído mais fortalecidos. Encerrar uma greve é mais difícil que deflagrá-la. O retorno de colegas ao trabalho antes do seu encerramento oficial enquanto outros resistiam até o último momento, bem como a não espera pela negociação da categoria com a Administração acerca do retorno e das horas não trabalhadas,deu a sensação de abandono de soldados por seus companheiros no campo de batalha. Antes, todos juntos; depois, cada um por si?

Uma consequência direta do Movimento foi uma assembleia bem participativa aqui no ES para a escolha de nossos representantes, entre vários inscritos, ao Congrejufe (para eleição de nova diretoria da nossa Federação e para indicação dos rumos das lutas para os anos seguintes). Outra consequência foi a convergência para a uma chapa que chegou à direção do Sinpojufes.

Após quase três anos,a categoria deve estar preparada para as lutas tal como um exército deve estar pronto para a guerra, sem desperdício de tempo e de energias para ser formado a todo o momento que a situação requerer. É preciso participar das ações e acompanhar os acontecimentos para não dar um tiro contra os próprios interesses da categoria como num ato de voluntarismo:um passo em falso pode prejudicar toda a coletividade.

Cabe a nós continuarmos criando ambiente favorável para desenvolver nossas ações e aprendermos com os erros. Temos que pensar e agir coletivamente, estrategicamente. A força vem da coesão, legitimidade e da seriedade, com respeito às decisões das instâncias da categoria e com lealdade.

 


Este é um espaço dedicado à publicação de artigos de autoria dos Diretores do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário Federal no Estado do Espírito Santo (Sinpojufes). O conteúdo aqui veiculado representa a opinião exclusiva do seu autor e não necessariamente condiz com os ideais do Sinpojufes, tão pouco do coletivo da Diretoria Executiva do sindicato.


 

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